Preparação Desportiva em Voleibol - I
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- 23 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de mai. de 2020
O Planeamento

Muitos treinadores despendem uma grande parte do seu tempo a planificar a sua época, retendo-se, por vezes, em planos que não lhes serão úteis quando necessário. Aqui seguem algumas sugestões do que podem fazer.
Planeamento
O planeamento deve ser pensado com base no histórico e contexto atual do clube em questão e as características e objetivos da equipa com quem se vai trabalhar.
Deve começar-se por realizar um planeamento anual, não para manipular as ações futuras do treinador, mas para traçar uma linha orientadora daquilo que se quer trabalhar – criar algo flexível para que se possa ajustar às diversas circunstâncias.

Fases do Planeamento
A realização de macro e mesociclos foi delegada para segundo plano, uma vez que é uma atividade que exige muito tempo aos treinadores e é constantemente reestruturada.
Daqui decorre a importância de realização de microciclos e de unidades de treino, uma vez que correspondem a períodos mais curtos, sendo mais detalhados e realistas. Contudo, isto não quer dizer que estes não venham a sofrer alterações, o que é provável que aconteça quando a equipa não responde ao treino/jogo de acordo com aquilo que era esperado.
Todo o microplaneamento deve ter em conta o conceito de sistemas dinâmicos, isto é, o todo não é a soma das partes. Como jogo desportivo coletivo que é o Voleibol, a interação dos atletas, acompanhados pelas suas características e capacidades, resulta em algo novo, possivelmente inesperado e coeso, pelo que não podemos dividir a equipa nas suas partes e esperar os mesmos resultados e comportamentos.
Estruturação da Unidade de Treino (UT)
A UT é o elemento-chave do processo de treino, pois é onde decorre a realidade daquilo que é pensado.
Como tal, podemos dividi-la em três partes: a inicial, a fundamental e a final. Como o próprio nome indica, a parte fundamental é a de maior importância, pelo que é a de maior duração. O tempo despendido para as restantes partes deve ser o mais reduzido possível, não descurando, no entanto, as suas funções.
Parte Inicial
· Breve parte social – há quem a introduza no tempo de treino e quem opte por criar o hábito de chegar poucos minutos mais cedo para a realizar. Serve precisamente para criar um ambiente de compromisso e de união, bem como de preparação psicológica para o treino.
· Discurso introdutório do(a) treinador(a) – a apresentação dos objectivos da U.T. é um pouco controversa na medida em que pode agradar, ou não, aos atletas. O treinador deve, por isso, apresentá-los aos seus atletas se souber que são do seu agrado e que irão servir como objeto de motivação e evitar apresentá-los quando sentir que os níveis de desempenho irão diminuir. Neste caso, é preferível manter o espírito de expectativa permanente nos atletas.
· Saudação inicial – deve ser um marco de entrega e dedicação, não devendo ser, por isso, subvalorizada. Há que transmitir entusiasmo na realização da mesma para que haja uma transferência deste espírito para o treino.
· Aquecimento – duração de 10 a 15 minutos, de acordo com a temperatura ambiente. Existem cinco tipos de aquecimento: o tradicional (mobilização articular), o geral específico (está relacionado com o Voleibol mas não com um modelo de jogo), o específico (está diretamente ligado com o modelo de jogo), o lúdico (jogos como apanhadinhas, entre outros) e o de preparação física. O aquecimento não tem de ser igual para todos os elementos, podendo fazer-se algum trabalho específico para algum tipo de lesão ocorrente.
Parte Fundamental
Relativamente à parte fundamental, o que importa referir, além do facto de ser a mais plástica das três partes, é que deve focar-se somente nos objetivos estabelecidos para o treino em questão, que nunca devem perder de vista o modelo de jogo da equipa a quem está a ser proposto o treino.
Parte Final
· Retorno à calma – pode ser passivo ou ativo, recomendando-se o ativo pois o período de recuperação é mais reduzido.
· Reflexão da sessão – discutir os conteúdos abordados e o resultado do treino.
· Informações adicionais/lembretes.
Referências Bibliográficas
Castelo, J.; Barreto, H.; Alves, F.; Santos, P.; Carvalho, J.; Vieira, J.. (2000). Metodologia do Treino Desportivo. pp. 575-608. fmh Edições.
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